Duas semanas no Pará: Parte 1 – Três dias em Belém

“Eu vou tomar um tacacá, dançar, curtir, ficar de boa! Mas quando chego no Pará me sinto bem, o tempo voa!!!”

Foi com esse hit da Joelma que em setembro passei duas semanas no Pará, com dias divididos entre a capital Belém, Ilha de Marajó e Alter do Chão. Se engana quem pensa que não tem o que fazer no estado. Tem beleza natural, cultura e gastronomia muito ricas! Ainda não é um lugar de turismo de massa pois não foi totalmente descoberto, então aproveite para ir logo conhecer! Eu já tinha vontade antes da música estourar, pela curiosidade e por ser a terra da minha avó paterna!

No meu roteiro original acabei fazendo um dia em Belém separado dos outros dois, pois a cidade é base para ir e voltar da Ilha de Marajó e Alter do Chão. Meu roteiro completo ficou assim:

16/09 (sábado): Chegada em Belém à noite (pela cia LATAM)

17/09 (domingo): Belém

18/09 (segunda): Ilha de Mosqueiro

19/09 (terça): Belém – Ilha de Marajó

20/09 (quarta): Ilha de Marajó

21/09 (quinta): Ilha de Marajó

22/09 (sexta): Ilha de Marajó – Belém

23/09 (sábado): Belém – Santarém (Alter do Chão)

24/09 (domingo): Alter do Chão

25/09 (segunda): Alter do Chão

26/09 (terça): Alter do Chão

27/09 (quarta): Alter do Chão

28/09 (quinta): Santarém – Belém

29/09 (sexta): Belém

30/09 (sábado): Belém – Rio (cia LATAM)

Onde se hospedar: Ficamos no Ibis Styles Belém Batista Campos. Achei a localização boa e um bom custo benefício, perto do shopping Pátio Belém e da Praça da República. Quartos limpos, banheiro bom e café da manhã de qualidade, pago à parte, tudo dentro do padrão Ibis. Em todas as noites que passamos em Belém ficamos nesse hotel. Não achei muito legal ficar hospedado mais para perto do centro (bairro Campina e Mercado Ver-o-Peso) pois pareceu ser mais perigoso à noite.

Como se locomover: Dá para fazer tudo a pé ou de táxi/uber, porém preferi alugar o carro já na chegada no aeroporto de Belém pois foi nosso meio de transporte para ir para a Ilha de Mosqueiro e para rodar na Ilha de Marajó. Aproveitamos e fizemos tudo em Belém de carro também, com exceção do último dia. Aluguei o carro antecipadamente pelo site da Localiza.

Dia 1

Iniciamos com um passeio na feira da Praça da República. Essa feira só funciona aos domingos e vende de tudo um pouco, roupas, artesanatos, bugigangas mas não achei muita variedade de comidas típicas. É bem agradável de passear. É na Praça da República que fica também o Theatro da Paz, o teatro municipal da cidade. Dá pra fazer visita guiada ou ver algum espetáculo interessante (se informe na bilheteria). Após o passeio na feira tomamos café da manhã no Bar do Parque, ao lado do Theatro. O lugar é ao ar livre e bem agradável. Claro que já iniciei comendo tapioca e tomando um suco típico de cupuaçu (apesar de não ser fã de sucos rs).

Fomos à Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, uma das principais do circuito do Círio de Nazaré, maior procissão católica do mundo que acontece no segundo final de semana de outubro na cidade. A Basílica é bem bonita e demos muita sorte pois estava tendo uma missa na hora, então assistimos até o final e pudemos sentir a energia boa do lugar.

Da Basílica fomos ao Mangal das Garças, um parque ecológico nas margens do rio Guamá, com muito verde, muitas garças, araras, flamingos e outras aves. O parque é bem agradável de passear e legal para crianças também. Alguns pontos legais lá são o mirante com vista para o rio e o Farol com uma vista legal da cidade. É lá que fica o restaurante Manjar das Garças. Apesar de não ter conhecido é super indicado. No meio do parque tem um café ao ar livre bem agradável e a sorveteria Damazonia, com muitos sabores típicos. Foi lá que provei o da fruta Taperebá e amei!!

Nossa última parada do dia foi para almoçar na Ilha do Combú. A Ilha fica pertinho de Belém e para chegar lá tem que pegar uma pequena lancha no Terminal Hidroviário Ruy Barata. O trajeto até a ilha dura uns 15 minutos e não precisa reservar pois tem várias lanchas fazendo o transporte. O legal é pedir para o piloto da lancha deixar primeiro na Casa do Chocolate Filha do Combu, loja de chocolates bem famosa na Ilha e depois seguir novamente na lancha para almoçar em algum dos vários restaurantes da ilha. Infelizmente não deu tempo de ir até a Casa do Chocolate por causa da hora, então fomos direto almoçar para aproveitar o restaurante com calma. Almoçamos no restaurante Solar da Ilha e achei muito bom! Comida muito boa com peixes típicos da região, bons drinks e pratos bem servidos e saborosos. Comemos peixe filhote com arroz paraense (com jambu) e peixe tambaqui. O ambiente do restaurante é bem legal, com música e quem quiser pode mergulhar no rio Guamá. Do restaurante também dá pra assistir o por do sol, que estava meio tímido no dia, porém rolou um belo entardecer com vista para a cidade de Belém. Na volta pegamos uma chuvinha, mas nada demais.

Dia 2 – Ilha de Mosqueiro

Há três maneiras de chegar na ilha: de carro, de passeio bate-volta desde Belém (cheguei a pesquisar a empresa AmazonPará e acho que vale a pena para quem não vai alugar carro ou não quer dirigir) e de barco desde Belém. Os barcos saem do Terminal Hidroviário de Belém. A viagem dura menos indo por mar (falaram cerca de 50 minutos), porém acredito que seja ruim se locomover pela ilha sem estar de carro ou em algum passeio.

Saímos de carro de Belém por volta das 9 da manhã. A viagem até Mosqueiro demora cerca de 2 horas contando com algum trânsito no caminho. A vila de Mosqueiro é um vilarejo de praia de rio tranquilo que parece interior. Parece que nos finais de semana fica cheio, porém fomos numa segunda-feira. Fomos direto para a Praça Matriz de Mosqueiro tomar café da manhã em uma das várias tapiocarias. A tapioquinha de Mosqueiro é bem famosa entre os paraenses e a Tapiocaria dessa praça é um dos pontos de parada para quem visita a ilha. Comi uma tapioca maravilhosa de geleia de cupuaçu e queijo cuia. A pracinha é bem simpática e é onde fica também o Mercado Municipal e a igrejinha. O terminal hidroviário também fica bem perto, é de lá que saem os barcos que fazem o trajeto até Belém.

Depois do café no centrinho de Mosqueiro fomos conhecer as praias de rio. Paramos no restaurante O Comilão na Praia do Farol. Gostei muito de lá, barraca toda decorada e comida muito boa, ótima para passar o dia. Foi meu primeiro contato com as praias de rio do Norte, a água é bem quentinha, maravilhosa!! Do lado esquerdo na ponta da praia da Farol quando a maré está baixa forma a Ilha do Amor, que nada mais é do que algumas pedras para caminhar e tirar fotos do rio. Depois da praia do Farol fomos até a Praia Paraíso do outro lado da ilha. A estradinha que vai beirando o rio tem umas paisagens bonitas. Na praia Paraíso fica o restaurante Camboeiro com vista para o rio. Pareceu bem interessante para almoçar e assistir o por do sol, porém como era segunda-feira os lugares estavam meio vazios. Não ficamos para assistir o por do sol para não pegar a estrada de volta para Belém no escuro. Gostei bastante de conhecer Mosqueiro por ter praias de rio perto de Belém, ser um lugar pacato para desacelerar e sentir a vibe tranquila de cidadezinha do interior, e principalmente, por ser o lugar que minha avó passava férias quando criança. Ela sempre me contava suas lembranças de lá!

Restaurante O Comilão / Praia do Farol / Ilha do Amor

Dia 3

A primeira parada do dia foi no mercado Ver-O-Peso. Como descrever esse mercado! Um lugar autêntico, antigo, uma feira livre na beira da Baía do Guajará. Sentamos em um dos boxes de café da manhã e tomamos café com tapioca (a melhor que comi lá por sinal!). Ao chegar na feira pergunte para qualquer um a zona dos boxes de café da manhã que irão indicar. Depois do café nos perdemos pelas barraquinhas. Por lá vende de tudo: muitos temperos, ervas, peixes, frutos do mar, frutas, verduras, lembrancinhas, comidas típicas de todos os tipos, a famosa cachaça de jambu que deixa a língua e o céu da boca dormentes (O famoso tremor do jambu, só entende quem prova, e posso garantir que é muito boa! Eu que não gosto de cachaça curti muito!), até poções mágicas pagar atrair dinheiro, arranjar marido, trazer sorte e outras coisas mais tem por lá kkkk Porém não espere encontrar uma feira cheia de glamour, é uma feira super tradicional e popular!

  

Provando a cachaça de jambu

Perto do mercado vale conhecer também o edifício histórico Solar da Beira, que tem uma feirinha dentro e uma vista legal do mercado e da Baía. Em frente ao Solar da Beira fica o histórico Mercado Municipal de Carnes com sua bela arquitetura.

 

Vista do edifício Solar da Beira para o mercado Ver-o-Peso / Mercado de Carnes

Passamos em frente à Praça do Relógio beirando o porto do Ver-o-Peso até a praça Frei Caetano Brandão em frente à Catedral Metropolitana de Belém. Quando estiver caminhando pelo porto do Ver-o-Peso evite chegar na Catedral Metropolitana pela Rua Ladeira do Castelo. Avistei de longe quando cheguei no final da Travessa Marquês do Pombal e achei meio perigosa. Dei meia volta e peguei a rua Padre Champagnat. Belém é como qualquer cidade grande brasileira: em alguns lugares podemos nos sentir inseguros. Então procure guardar bem seus pertences e andar atento como fazemos em qualquer lugar. O povo é muito simpático e acolhedor.

Após a Catedral chegamos no Complexo Feliz Lusitânia, um conjunto de edificações históricas, dentre elas a Casa das Onze Janelas, espaço cultural onde fica o famoso restaurante Casa do Saulo. Entramos no Forte do Presépio que tem uma bela vista para todo o porto de Belém, para as construções históricas e o mercado Ver-o-Peso. Achei o Forte uma das atrações imperdíveis do centro histórico de Belém! O Museu do Círio também fica ali pertinho, na rua Padre Champagnat, mas infelizmente não consegui tempo para conhecer.

Casa das Onze Janelas / Forte do Presépio

Almoçamos no restaurante Point do Açaí – Casarão. Achei o restaurante ótimo, com muitas comidas típicas do Pará e muito saborosas. Lá provei o famoso açaí com peixe frito! Eles não tem costume de adoçar o açaí, comem puro e misturado com alguma farinha, normalmente de tapioca. Achei meio azedinho, mas também não tenho costume de comer açaí no RJ.

Pós almoço passeamos na Estação das Docas. O espaço foi todo revitalizado e está lindo, é um lugar bem agradável para passear na beira da Baía, com vários restaurantes, lojinhas e atrações culturais. Tomamos sorvete típico na famosa sorveteria Cairu. Os sorvetes são muito bons! Depois ficamos na cervejaria Amazon Beer até o por do sol em uma mesinha ao ar livre. Tomei uma cerveja de açaí! Ainda demos sorte pois no final da tarde começou a rolar um evento cultural e conseguimos assistir várias apresentações de danças tradicionais do Pará!

Outros lugares que fomos nos dias que dormimos em Belém chegando de Alter do Chão ou de Marajó que valem muito ir:

  • Restaurante Ver-O-Açaí com comida típica maravilhosa.
  • Complexo Turístico Ver-O-Rio, bom para passear ao por do sol. Aproveite para jantar no restaurante Porto Ver-o-Rio. Fica dentro de um navio, a comida é boa e tem um espaço externo com vista para a Baía do Guajará.

  

Restaurante Ver-O-Açaí: tacacá, pato no tucupi, pudim de açaí

Ver-o-Rio

Restaurante Porto Ver-o-Rio

O Pará é conhecido pela sua rica gastronomia. A comida é realmente muito saborosa e bem temperada. As comidas típicas que provei por lá e acho que todos deveriam provar também: pato no tucupi, tacacá, maniçoba, açaí com peixe frito, arroz de jambu, peixes filhote e tambaqui. Os sorvetes típicos que mais gostei foram das frutas taperebá e cupuaçu. E não deixe de provar a cachaça de jambu também! Muitos restaurantes fazem drinks com a cachaça e ficam muito bons!! 

Impressões de Belém: é uma cidade com uma cultura e culinária muito ricas, identidade forte e pessoas muito acolhedoras e simpáticas. O lado negativo é que, como toda a cidade grande, possui lugares perigosos e que devemos andar com atenção, principalmente no mercado Ver-O-Peso e arredores. Passamos por lugares abandonados e mal cuidados quando andávamos de carro e perto de alguns pontos turísticos (o porto do mercado Ver-O-Peso foi o que achei mais sujo). Mas é uma cidade muito interessante e que me despertava a curiosidade. Amei muito ter conhecido, não só por ser a cidade da minha vó, mas também por ser um pedacinho diferente do Brasil que muitos ainda não cogitam para turismo e que vale muito a pena!

Tem mais dicas no destaque dos stories no instagram (@viajandoparabuscar) e qualquer dúvida pode mandar por aqui também!

 

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