Alter do Chão é uma vila encantadora que fica em Santarém no Pará, já na região da Amazônia, cercada pelos rios Arapiuns e Tapajós. É um destino rústico, curioso e encantador, que eu amei ter conhecido para descobrir mais da nossa cultura tão diversa. Passei 5 dias por lá, que achei serem suficientes para explorar a região, e detalharei tudo a seguir.
O roteiro resumido ficou assim:
Dia 1 – Chegada em Alter via Santarém. Dia na praia da Ilha do Amor com pôr do sol.
Dia 2 – Passeio de lancha pelo Rio Arapiuns, com almoço na comunidade de Coroca e pôr do sol na Ponta do Cururu.
Dia 3 – Passeio de lancha pelo rio Tapajós, com almoço na praia de Pindobal e pôr do sol na Ponta de Muretá.
Dia 4 – Passeio de lancha ao canal do Jari descendo o rio Tapajós, com visita ao Jardim das Vitórias Régias.
Dia 5 – Dia foi livre. Passeio pela vilinha e praia do Amor.
Dia 6 – Voltinha na cidade de Santarém e retorno para Belém.
Quando ir: Alter do Chão dá para ser visitada o ano todo, porém a variação da altura dos rios ao longo do ano influencia muito na paisagem local. Se quiser curtir as praias de rio, opte pela época de seca que vai de agosto a novembro, aproximadamente. Fui em setembro e consegui curtir todas as praias de rio, mas passei um perrengue em um passeio que contarei ao longo do roteiro! hehe Se quiser curtir navegação nos rios pela floresta, vá no resto do ano na época de cheia dos rios.
Como chegar: A maneira mais fácil e rápida é voar direto de Belém com a cia aérea Azul. Quando fui tinham 2 voos diários para Santarém. A cia LATAM também voa até Santarém, porém na época da minha pesquisa tinha escala em Brasília. Vale pesquisar nos buscadores de passagens aéreas clicando aqui. Chegando em Santarém, pegamos um transfer em carro particular, indicado pela pousada, até Alter do Chão.
Onde se hospedar: Alter possui pousadas simples, porém confortáveis. Optei por reservar uma bem perto do centrinho para fazer tudo a pé e pegar os passeios. Nossa pousada foi a Pedra do Sol. Reservei pelo Booking e super recomendo! Pode reservar clicando aqui.
Dia 1 – Chegada do aeroporto de Santarém. Nosso transfer nos levou até a pousada, nos arrumamos e fomos direto para a Ilha do Amor (praia do Amor), um banco grande de areia que se forma uma praia na época de seca, com várias barracas de praia. O acesso para a ilha é fácil, bem em frente ao vilarejo. Fomos caminhando pela água do rio até lá em poucos minutos, porém também há opção de pegar uns barquinhos que fazem o trajeto. A caminhada é tranquila pois nesse período a altura do rio entre o vilarejo e a ilha fica baixinha. Curtimos a ilha do Amor até o pôr do sol, que é uma das coisas mais bonitas na região! A noite jantamos na Praça Central, no barzinho Mãe Natureza. A praça fica bem animada, com barraquinhas, bares e lojinhas.
Dia 2 – Todos os passeios que fizemos foi de lancha privativa com um barqueiro indicado pela pousada. Como estávamos em 4 pessoas achei o privativo mais vantajoso pois a escolha das praias e o tempo em cada uma ficou mais flexível. O valor da lancha ficou em R$ 1.000,00 no total em cada dia de passeio. No segundo dia fizemos o passeio completo pelo Rio Arapiuns. Curtimos as praias de rio Ponta do Icuxi e Ponta do Toronó. Almoçamos na comunidade Coroca e lá fizemos um passeio com guia local pela floresta para conhecer alguns tipos de árvores, abelhas e preservação de tartarugas, terminando em uma lojinha de artesanato. O local onde fica a comunidade é bem rústico e bonito. Almoçamos comida típica da região, incluindo peixes, em umas cabanas de palha. Quem não quis fazer a caminhada pela floresta pôde ficar descansando na praia da comunidade e nas suas redes. Após o almoço fomos na praia de Ponta Grande, finalizando com um pôr do sol espetacular na Ponta do Cururu, um dos locais imperdíveis para assistir o pôr do sol em Alter. A noite jantamos no restaurante Ty Comedoria, super recomendado no centrinho. Tomei uma caipi de cupuaçu e comi o peixe pirarucú com aviú (microcamarões com tamanho máximo de 2cm encontrados na foz dos rios amazônicos) e feijãozinho de Santarém. O prato estava muito saboroso. Michel comeu pirarucu na redução de tucupi com crisps de jambu, que também estava muito bom!
Dia 3 – Dia de passeio de lancha particular explorando algumas praias do rio Tapajós. Fomos na praia de Maguari, praia de Cajutuba, parando para almoçar na praia de Pindobal. Essas praias de rio são lindas e bem relaxantes pois a água é quente! Amei a infra da praia de Pindobal, com as barracas de praia de palha para almoçarmos. Finalizamos com outro pôr do sol maravilhoso na Ponta de Muretá. A noite jantamos na pastelaria Thifany, super famosa na região e com pastéis mt bons!
Dia 4 – Passeio ao canal do Jari descendo o rio Tapajós. A primeira parada foi a Trilha das Preguiças. No local a gente vê vários macaquinhos e tem a oportunidade de interagir com eles. Eu particularmente não curto mt, então fiquei filmando outras pessoas interagindo hehe. A trilha é na floresta local e podemos ver algumas preguiças nas árvores. Depois fomos para o Jardim das Vitórias Régias e aí começou o perrengue!
O perrengue: No ano que fui (2023) os rios tiveram uma seca maior do que o esperado e nesse dia o canal já estava bem seco. No caminho para o Jardim formou uma fila de lanchas para pegar um barquinho pequeno, pois com o nível baixo da água a lancha não conseguiria chegar até a entrada do local. Ficamos esperando no calor cerca de uma hora dentro da lancha e várias vezes pensamos em desistir. Só 2 barquinhos estavam fazendo o trajeto entre a lancha e a entrada do jardim. Depois de esperar, pegamos o barquinho que nos deixou na entrada do Jardim das Vitórias Régias. Na visita concluí que a espera valeu a pena! O jardim é lindo! A anfitriã do Jardim, dona Dulce, foi super receptiva. Fizemos prova de várias comidas feitas de vitória régia como quiche, brownie, rabanada, tempurá, chips e pizza. Saímos de lá bem satisfeitos com a visita, porém o perrengue máximo foi no final. O barquinho para nos levar de volta começou a encalhar na lama do rio, pois estava secando mais a cada hora que passava. Em um momento tivemos que sair do barquinho e seguir a pé até certo ponto. Meu pé afundou na lama e eu fiquei desesperada achando q não conseguiria sair e ainda perdi meu chinelo kkk Andamos um pedaço e entramos novamente no barquinho. Fomos até a lancha morrendo de medo do barco encalhar novamente, estava fazendo um barulho como se estivesse fazendo um esforço para navegar naquela água baixinha.. caso encalhasse novamente teríamos que andar um pedaço bem maior na lama! E terminando o trajeto precisou ser rebocado por outro barco para chegar até a lancha kkkk No final deu tudo certo, chegamos bem na lancha e conseguimos conhecer o maravilhoso jardim.
Porém, fica uma dica muito importante quando for fazer o passeio ao Jardim das Vitórias Régias: se for no período de seca, pergunte antes ao barqueiro que fará o passeio como está o nível de água do canal. Se informar que está muito baixo não vá! O risco de passar perrengue tendo que caminhar na lama durante um longo trajeto e/ou ficar esperando na lancha é muito grande!! Prefira fazer o passeio em outro período.
No dia seguinte descobrimos que fomos os últimos visitantes da temporada de seca de 2023, pois o rio secou tanto no dia anterior que inviabilizou o passeio no dia seguinte!! Apesar do perrengue tivemos sorte!! kkkk
Depois do Jardim fomos no Restaurante Casa do Saulo, que fica na praia de Carapanari no rio Tapajós. Chegamos tarde devido ao atraso no canal do Jari e não conseguimos almoçar, apenas consumir bebidas. O restaurante é lindo, com uma bela vista para o rio e piscina. Fica para a próxima o almoço lá. Tem opção de hospedagem também, então mais um motivo para voltar!
Finalizamos o passeio na praia Ponta de Pedras e assistimos o pôr do sol na lancha voltando para Alter. Jantamos no Tribal Restaurante Indígena, que serve comida típica com vários tipos de peixe. Mais um dia sensacional!
Dia 5 – O último dia foi livre. Passeamos pela vilinha e passamos o dia na praia do Amor. Esse dia estava especialmente quente! Não deixe de provar o charutinho na praia, peixe de rio frito que parece sardinha! Tomamos sorvete no Boto Gelato da Amazônia.
À noite fomos para um evento típico chamado Pirarimbó. É uma vivência amazônica com comidas típicas (piracaia), dança carimbó e contos de lendas amazônicas. A vivência é simplesmente SENSACIONAL e vale muito a pena!
Um barquinho pega o pessoal e leva até uma prainha em uma ilha, que fica toda decorada com velas e uma fogueira central. A bebida e a comida são liberadas, com muito peixe de todos os tipos na brasa! Tomei caipi de pitaya com cachaça de jambu na cuia e dancei carimbó com a saia típica (eles fornecem uma saia para cada mulher no evento). Todos dançam, inclusive os homens! O evento foi muito maravilhoso e é uma experiência de cultura popular única na região. O valor do investimento foi cerca de R$ 300,00 por pessoa. O instagram é @pirarimbo e o site está aqui.
No dia seguinte pegamos o carro transfer até Santarém. Demos uma voltinha na cidade e conhecemos alguns pontos turísticos com o motorista como o Mercado Central e o encontro do rio Amazonas com o rio Tapajós antes de seguir até o aeroporto e voltar para Belém.
Espero que esse roteiro tenha inspirado a escolha de Alter do Chão para sua próxima viagem! Um lugar rico em cultura brasileira e belezas naturais!